resenha: garota interrompida




Título: Garota Interrompida
Editora: Única
Ano: 2013
Páginas: 192
Gênero: Biografia / Memórias
Autora: Susanna Kaysen
Classificação: 1234





“As vezes, o mundo do qual viemos nos parece vasto e ameaçador, tremulo e instável como uma imensa gelatina; outras vezes, é uma miniatura fascinante, girando, reluzente, em sua orbita. De uma maneira ou de outra, não há como descarta-lo.” Pagina 12



Vamos mergulhar no universo particular de Susanna Kaysen a partir dos anos 1960 quando ela tinha 18 anos, e tenta sobreviver em meio ao caos que se tornou sua vida e nos revela com riqueza de detalhes  tudo pelo qual ela passou, afinal foram dois anos dentro de um hospital psiquiátrico, dois anos sem liberdade,dois anos de sofrimento, dois anos de injustiça. São memórias fragmentadas de uma historia da vida real de uma jovem diferente das outras da sua época. Em certos momentos temos a impressão de estar lendo um diário, pois a autora explicita nele todos os seus sentimentos, as revoltas, desabafos , são fatos surpreendentes que nos faz refleti sobre alguns aspectos da vida.

Susanna tinha apenas 18 anos quando foi diagnosticada com “transtorno de personalidade” ou “transtorno de personalidade limítrofe”.Apesar de Susanna demonstrar ser uma menina esperta, inteligente e namoradeira, nada disso foi o suficiente para lhe tirar o peso de ter tentado o "contra sua vida" diversas vezes. E com base nessa situação entre outros fatores externos contribuíram para a sua internação.

“Contudo, a maioria das pessoas chega aqui aos poucos, abrindo de furo em furo a membrana que separa o aqui do lá fora, até aparecer uma brecha. E quem resiste a uma brecha?” Página 12

Sobre o suposto transtorno de Susanna, comprova-se que as pessoas com esse transtorno costumam oscilar de humor indo do normal á depressão, entre outros sentimentos extremos (isso ocorre geralmente na transição da idade passando da adolescência a fase adulta). 

A partir daí lá ela começou a se questionar sobre os possíveis motivos que de fato a levaram a internação, também questionava o comportamento das pessoas, do mundo. Ela também conheceu pessoas com problemas iguais ou piores do que o seu, pessoas como ela, destinadas a terem um futuro incerto em um lugar rígido e cheio de privações.


Em alguns momentos, o leitor vai se deparar com certos vocabulários pesados, algumas cenas chocantes, mas que se enquadram perfeitamente no contexto da história, tudo para nos salientar de como é viver dentro de um hospital psiquiátrico.


Confesso que teve alguns momentos, principalmente os que se tratavam dos sentimentos, que eu me identifiquei - principalmente na fase da minha adolescência - afinal quem nunca se sentiu excluído, rejeitado, mal interpretado ?

Penso que essa deveria ser uma leitura obrigatória para todos os adolescentes, e aos pais que tentam entender a “rebeldia” dos filhos. Fica a dica, pais leiam esse livro, poderá ser de suma importância na educação dos seus filhos.

Os capítulos não seguem uma ordem cronológica, ou seja, eles não são uma ordem dos capítulos anteriores, alem de serem capítulos bem curtos de 2 a 5 páginas no máximo.
Por fim, a história nos trás a tona alguns questionamentos, nos faz sentir como a personagem se sentiu, trás uma forte carga de sentimentos. 

Um curiosidade: o leitor terá acesso as fichas,relatórios e analise do comportamento dela dentro do hospital. E no finalzinho ela nos explica porquê do título "Garota Interrompida".
Existe o filme do livro, eu assisti alguns trechos e pareceu ser fiel a narrativa do livro, com a participação da atriz Angelina Jolie que também deixa seu comentário na capa do livro.

Uma história triste, inesquecível, emocionante e impactante principalmente pra quem estuda a mente humana. É uma leitura válida para os futuros psicólogos, psicanalista e psiquiatras.


“A questão era a seguinte: o que podíamos fazer? Podíamos pular da cama toda manhã, tomar uma chuveirada, vestir a roupa e ir trabalhar? Podíamos raciocinar direito? Podíamos deixar de dizer qualquer maluquice que nos desse na telha? Algumas podiam; outras, não. Aos olhos do mundo, porém, todas estávamos estigmatizadas.” Página 142


Trailler do Filme -





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